Há algum tempo, o papel da mulher era apenas o de ser mãe, e quando ela queria escolher uma profissão normalmente, ela era professora ou enfermeira. Hoje, ela conquistou o mercado de trabalho, mas, ainda desempenha um papel fundamental como mãe.
Os homens eram os chefes da casa, mas, cabia às nossas avós e mães criar e educar os filhos. Estamos ganhando mais autonomia e mudando a dinâmica familiar, mas, ainda assim, ainda cabe a nós a função de edificar a nossa casa. Mas, para edificar, é preciso que tenhamos sabedoria.
Cada geração tem suas próprias características. Buscamos em nossas mães a inspiração de ser mulher, esposa e mãe e buscamos encontrar o nosso lugar entre o trabalho e a nossa família.
E para descobrir esse lugar, é fundamental ter clareza sobre o que é importante para nós, quais são nossos valores, o que queremos deixar de legado para os nossos filhos, tendo em vista que a grande maioria também é mãe.
Voltando um pouco no tempo…eu gostaria que você refletisse sobre as mulheres da sua família: Quem foram as mulheres que a influenciaram na sua forma de pensar e agir? Quais são ou eram as principais características delas? Quais as principais diferenças entre vocês? Quais influências negativas e positivas elas deixaram? Que crenças você excluiu, manteve e ressignificou?
Somos inconscientemente influenciadas pela forma que fomos criadas. Estamos sempre buscando corrigir os erros e aperfeiçoar os acertos das gerações anteriores, como mulheres, esposas e mães. E acredito que isso é essencial para criar um mundo melhor para os nossos filhos e filhos melhores para o mundo.
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Para conquistar sucesso nesse objetivo, é importante aprimorar a comunicação, que costuma ser o grande problema das famílias. Como mulheres e mães, tendemos a ser mais acolhedoras com os nossos filhos e isso faz a diferença na forma como eles enxergam o mundo. Precisamos desenvolver a nossa inteligência emocional para conseguirmos ser mais assertivas nos nossos relacionamentos, começando dentro de casa.
Como temos nos comunicado na linguagem do amor? Através de palavras de afirmação (Eu te amo!), tempo de qualidade, presentes, atos de serviço (cozinhar) ou toque físico?
Feliz ou infelizmente, as nossas vidas pessoais e profissionais se misturam. Somos uma só. Isso não quer dizer que devemos levar os problemas do trabalho para casa e vice-versa. Apenas que, como ser único, uma área interfere na outra. A todo momento, levamos habilidades caseiras para o mercado de trabalho, como por exemplo, controle de estoque (dispensa), resolução de conflitos (brigas entre irmãos) e gerenciamento de interesses (escolha de passeios e férias) e por outro lado, levamos para dentro de casa técnicas e ferramentas profissionais como por exemplo, conhecimento técnico na nossa área de atuação. Uma vez psicóloga, sempre psicóloga.
Os anos passam, novas gerações chegam, mas, enquanto formos mães, temos um papel a cumprir e uma missão de vida a realizar. Como mulheres temos muitos sonhos, mas, como mães, acredito que nosso principal objetivo é ajudar os nossos filhos a serem felizes e se tornarem independentes.
E aqui, quero apresentar alguns dados estatísticos sobre a realidade materna que interfere na nossa vida como mulher:
Em caso de divórcios concedidos para casais com filhos menores, ainda se mantém a predominância das mulheres na responsabilidade da guarda dos filhos, que atingiu a proporção de 65,4% segundo pesquisa divulgada pelo IBGE -Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2018. Será que isso mudou?
Na hora de se casar novamente, a quantidade de homens divorciados se unindo a mulheres solteiras é quase duas vezes maior que a situação inversa, segundo também, pesquisa do IBGE. E a questão da guarda é um dos principais motivos dessa estatística porque as mulheres, costumam abrir mão com mais facilidade da sua vida pessoal em prol dos filhos.
A meu ver, ainda que tenhamos dominado o mercado de trabalho e conquistado profissões antes inimagináveis no universo feminino como astronauta e caminhoneira, por exemplo, nosso papel como mulher que é mãe é e sempre será de guardiã dos nossos filhos. E por isso, muitas vezes, nos deixamos em segundo plano e até sacrificamos nossa carreira pela segurança deles.
Por Alire Moura, psicóloga TCC, CRP, 01 – nº 6.807 – Instagram: @aliremourapsicologa