Visitantes que se dirigem à portaria dos residenciais se deparam com procedimentos, muitas vezes, vistos como burocráticos. Documentos, como a carteira de habilitação, registro de identidade e a placa dos veículos são colhidos por empresas terceirizadas de vigilância, a fim de se permitir o acesso às residências. Mas, então, por que roubos acontecem?
A inibição dos bandidos frente às câmeras de monitoramento, aos seguranças das guaritas e às rondas de motociclistas passa batida quando o assunto é executar uma ação criminosa. No roubo , a fuga do condomínio aconteceu à luz do dia e sob as filmagens do sistema de vídeo. Isso mostra que a ousadia é frequente e sem cuidados específicos. No caso em questão, o trio de assaltantes entrou com uniformes e bonés de uma empresa terceirizada, que presta serviços ao próprio residencial, sem levantar suspeitas ou comprometer a ação.
A Polícia Militar prendeu um suspeito, na Vila Santana.
A ficção do personagem ‘Grande Irmão’, do escritor britânico George Orwell, morto em 1950, do romance 1984,- atualíssimo ainda, – esmiúça a constante vigilância, ou melhor, a sensação que ela propicia à observação de atos, procedimentos e licitudes (ou não) das pessoas. No entanto, as tentativas de se aumentar tal monitoramento, seja pelo Estado ou setores privados, falham, e a suposta ‘invasão de privacidade’, rotineira nos condomínios, afinal de contas, serve pra quê?
O consultor de segurança do Grupo Scheidt, Adalberto Mello, lembra que “segurança é inteligência”, e que o cidadão, esteja ele nos residenciais ou não, “deve se preocupar com a segurança externa”, ou seja, a rotina diária no trajeto à residência, o trabalho e outros. “Muitas vezes, estas supostas vítimas são monitoradas 30 dias ou mais pelos meliantes; em muitos casos, quando chegam a adentrar no condomínio, já sabem todas as informações das vítimas”, destaca. Conforme Mello, aconselha-se a um condômino, ao se deparar com qualquer atitude anormal dentro do residencial, comunicar imediatamente o corpo de segurança, para averiguação e providências.
“Deve se acreditar e confiar na empresa (de segurança) que presta serviços no local”. Ele diz, ainda, que a maioria dos casos de roubos caracteriza-se como “fato isolado”.
Por fim, o consultor de segurança ressalta ser “difícil” falar em falhas, indicar culpados ou mesmo apontar desatenção quando um assalto acontece dentro de um condomínio. “É um fato que vai ser investigado e analisado não só pelas forças policiais, mas, com certeza, pela empresa que presta serviços no local”.
Delegado especializado diz que sigilo ajuda a minimizar riscos
O titular da Delegacia de Investigações Gerais de Sorocaba (DIG), Acácio Aparecido Leite, diz que os moradores de condomínios devem manter uma rotina sigilosa e seguir os protocolos de segurança estabelecidos no local. “Essas regras ajudam a minimizar os riscos de roubos e assaltos”.
O delegado enfatiza que informações privilegiadas e transmitidas a criminosos por terceirizados ou pessoas ligadas aos proprietários dos condomínios “facilitam” essas ações. “Podemos dizer que as ocorrências são pontuais. Geralmente, vemos a imprudência dos próprios moradores, que não seguem as mínimas orientações protocolares”.
Dicas de Segurança
Entre os pontos que os moradores devem estar atentos estão:
Iluminação
É fundamental que as dependências do condomínio sejam bem iluminadas, a fim de desestimular a ação de infratores da lei. Aconselha-se utilizar luminárias e holofotes, podendo ser complementado por sensores de presença.
Sinalização
A sinalização pode ser visual, por meio de placas, sinais luminosos ou sonoros, ou ainda se utilizando dispositivos sonoros eletrônicos ou apitos, ou mesmo códigos e senhas convencionadas entre os condôminos e funcionários.
Sistemas de alarmes
São equipamentos eletrônicos, sonoros ou não, que servem para alertar sobre situações incomuns em residências ou condomínios, tais como violação de procedimentos e locais, proteção contra roubos, furtos, alagamentos, incêndios…
Cercas eletrificadas
É um sistema que está sendo bem aceito em condomínios, pois inibe possíveis tentativas de intrusão pela ostensividade e pelo receio das descargas elétricas.
Circuito Fechado de Televisão
Por meio de câmeras com ou sem fio, instaladas em pontos estratégicos da residência ou do condomínio, cujas imagens devem ser gravadas, é possível se ter uma visualização de todo o ambiente. A proteção ficará maior se as imagens também forem acessadas pelos condôminos.
Controle de Acesso Informatizado
O Sistema de Controle de Acesso tem como objetivo principal efetuar o controle eletrônico do movimento de pessoas, funcionários e visitantes, dentro de áreas estratégicas dos condomínios.
Em caso de roubo
Não reaja em hipótese alguma, e procure manter-se o mais calmo possível; procure ganhar tempo, sem que o bandido perceba que você está fazendo isso; também com muito cuidado e de forma dissimulada, observe tudo que se passa à sua volta, captando o maior número de informações possíveis.
Procure observar, discretamente, as características físicas e trajes dos assaltantes; o que eles falaram; os objetos roubados; o número e o tipo de armas que eles portavam; se chegaram motorizados; se houve sequestro, preste atenção na direção que os bandidos tomaram na fuga.
Após um roubo
Providencie socorro para as vítimas se houver; chame a polícia; preserve o local de crime. Não mexa em nada até que a polícia libere o local; pense em possíveis testemunhas; com a chegada da polícia, contribua para a eficiência do trabalho policial, respondendo a todas as perguntas de forma clara e objetiva, e informando tudo que possa auxiliar os policiais.
Fonte: Cartilha de Segurança em Condomínios – Polícia Militar – Secovi SP