A história mostra e não faltam exemplos trágicos de incêndios em prédios, sejam residenciais ou comerciais, que causaram muitas mortes. Os mais conhecidos são dos edifícios Andraus e Joelma, que fizeram muitas vítimas. Esses dois acidentes foram na década de 1970. Isso fez com que todos os cuidados com relação à segurança mudassem. Foram criadas leis e normas depois dessas tragédias.
Mais recentemente outro incêndio chamou a atenção de todos. Um edifício residencial localizado na zona sul de São Paulo. Duas pessoas morreram em decorrência dele. Cabe a reflexão sobre o que aconteceu de errado e por quê? As informações ainda são preliminares e dão conta que um homem e uma mulher morreram por parada cardiorrespiratória em decorrência da inalação de fumaça no oitavo e no décimo terceiro andares. O fogo aconteceu no terceiro andar.
Embora não se tenha certeza, há indícios não confirmados que as portas corta-fogo estavam abertas em razão da pandemia. Isso fez com que a fumaça se espalhasse com rapidez para outros andares. Contudo, esse não foi o motivo do incêndio em si, mas a causa de toda a tragédia.
Mas o que o condomínio deve fazer para que isso não aconteça?
Antes de qualquer coisa, um condomínio deve levar em conta que é uma comunidade. O que eu faço afeta meu vizinho. Existem regras que devem ser cumpridas. O bem de todos é maior que o bem individual. Além da segurança também é uma questão de civilidade. De respeito e cuidado consigo e com o próximo. Seja ele sua família ou seu vizinho.
O mais importante de tudo: se houver qualquer sinal de incêndio, chamar os bombeiros pelo 193. Acione os alarmes, caso isso não tenha acontecido automaticamente.
Principais cuidados de segurança contra incêndios
Elencamos algumas das principais medidas que condomínio e condôminos devem tomar para que tragédias como essa não aconteçam ou que os impactos sejam minimizados:
– Tomar todos os cuidados para que incêndios não aconteçam:
– Checar sempre qualquer possiblidade de acidentes. Precaução é imprescindível;
– Verificar periodicamente se há algum vazamento de gás na sua unidade;
– Verificar a fiação. Evitar “gambiarras” como vários fios juntos em uma mesma tomada;
(Observação: esses itens devem ser checados sempre nas unidades, áreas comuns, escadas e em todo o condomínio)
– Averiguar pelo menos uma vez por mês as condições de funcionamento dos equipamentos e do sistema vigente, tais como mangueiras, extintores, sinalização de emergência, hidrantes, portas corta-fogo, para-raios, alarme contra incêndio e sprinklers etc. Além de obrigatórios, são fundamentais na hora de uma ocorrência;
– Ter uma brigada de incêndio preparada para agir em caso de fogo;
– Ter um plano de emergência para evacuação do prédio. Periodicamente realizar uma simulação de abandono do prédio;
– Funcionários também devem receber treinamento para essas situações de emergência;
– Nunca colocar correntes prendendo extintores, cadeados fechando porta de hidrantes, bem como, nunca deixar portas corta-fogo abertas com calços ou obstruções;
– Ter seguro contra incêndio é uma garantia contra prejuízos e obrigatório por lei;
– As escadas são a principal rota de fuga e nunca devem ser obstruídas com objetos ou sacos/latas de lixo que atrapalhem uma fuga
– Sinalização. Condomínios devem sinalizar rotas de fuga com luzes de emergência ou cartazes fotoluminescentes (que brilham no escuro);
– Sinalizar todos os andares com placas indicando o pavimento e o sentido do térreo ou a rota de fuga determinada
– Sinalizar os itens de combate a incêndio, como hidrantes, extintores e alarme etc.;
– Evitar armazenar produtos químicos e inflamáveis em grande quantidade.
Itens de segurança que não podem faltar
Da mesma forma que os cuidados acima – e que até foram mencionados -, os condomínios devem ter alguns itens de segurança que são obrigatórios ou necessários. Tenha isso como um checklist para sempre ser verificado:
– Seguro contra incêndio;
– Luzes de emergência em escadarias e rotas de fuga, espaços comuns e em pontos estratégicos do condomínio;
– Alarmes sonoros;
– Sinalização adequada de saídas de emergência e rotas de fuga e que sejam mapeadas e divulgadas para todos;
– Extintores e equipamentos de combate de incêndios (devem estar todos os andares, locais visíveis, de fácil acesso e sinalizados);
– Portas corta-fogo em todos os andares e fechadas;
O que fazer em caso de incêndio em condomínio?
O dever de casa foi feito e as medidas de segurança foram tomadas e todos os requisitos checados. Mas acidentes são imprevistos. Podem acontecer mesmo com todo o planejamento e cuidados com a segurança. Mas o que cada um deve fazer se isso ocorrer?
– Assim que houver um princípio de incêndio chame o Corpo de Bombeiros imediatamente pelo telefone 193. Não deixe de informar nome e endereço do local da ocorrência;
– Calma sempre! O socorro vai chegar;
– Ao ouvir o alarme, sair imediatamente. Cuidado: não usar os elevadores, mas escadas e/ou rotas de fuga;
– Ao usar escadas, desça fechando portas corta-fogo. Isso atrasa a propagação do fogo;
– Se houver fumaça, tente respirar pelo nariz. Se possível, use toalha, algum pano molhado ou lenço umedecido para formar uma proteção improvisada para boca e nariz;
– Ao sair de um aposento, toque levemente na maçaneta da porta para verificar se está muito quente. Se estiver muito, não abra e procure outra saída;
– Tente não abrir ou abra com muito cuidado janelas e portas em locais em que já há fogo, pois o oxigênio que entra é combustível para aumentar o fogo;
– Nunca pule da janela ou da sacada de andares altos. Se isso for acontecer, só faça se houver orientação de um bombeiro e com redes de proteção para queda em segurança
– Se acontecer de ficar preso em um espaço, fique próximo de janelas abertas para poder respirar melhor e chamar por socorro;
– Jamais volte ao local em chamas para buscar pessoas ou objetos.
Todo cuidado é pouco quando se trata de segurança. Sua segurança, da sua família e de seus vizinhos. Faça a sua parte. Cheque, cobre e se oriente. Procure se informar e colabore da melhor forma possível. Você também é responsável!