Rogério de Freitas

O convívio em um espaço compartilhado pode levar a divergências entre pessoas de diferentes personalidades e estilos de vida, mas não é responsabilidade do síndico encontrar soluções para esses problemas.

Apesar de a solução não pesar em nossos ombros, não podemos negligenciar o perfil conciliador que está presente no arquétipo do síndico de alta performance. O primeiro passo que devemos tomar quando um conflito é identificado é tentar compreender a situação e as demandas de ambas as partes envolvidas. O objetivo é chegar a um acordo que seja justo para todas as partes, garantindo que o problema seja resolvido de forma eficaz. O papel de mediador é facilitar a comunicação buscando um terreno comum para encontrar uma solução que atenda às necessidades de todos.

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Para cumprir essa função, é importante que o colega de sindicatura tenha habilidades de comunicação, como saber ouvir atentamente e se expressar de maneira clara e concisa. Além disso, o síndico deve ser imparcial e evitar tomar partido em conflitos, buscando sempre entender a perspectiva de cada parte envolvida. Muitos conflitos não são resolvidos no condomínio por falta de habilidade para isso e não por má vontade dos envolvidos.

A familiaridade com as regras que regem o condomínio, tanto pelo síndico guardião do cumprimento da convenção e regimento interno, quanto da massa condominial, é essencial, pois muitos conflitos podem surgir a partir de infrações de regras ou normas protegidas. Com esse conhecimento, o síndico pode ajudar a garantir que as decisões tomadas estejam em conformidade.

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Em alguns casos, pode ser necessário promover uma reunião conciliatória entre os moradores para discutir o problema e buscar uma solução. Medida que tenho recomendado aos mentorados. Nunca esquecer da presença de um advogado para presidir a reunião e lavrar um termo de compromisso entre as partes, lembrando que todas as custas desse processo ficam por conta dos condôminos envolvidos. Caso alguns dos envolvidos se negue a contribuir no percurso desse caminho, fica caracterizado quem não quer evoluir para a solução do problema, isentando o síndico de forma concreta de qualquer negligência.

Além de ajudar a resolver conflitos que já sofreram, é prudente adotar medidas preventivas para evitar problemas futuros. Isso pode incluir a revisão e reelaboração de regras claras e objetivas no Regimento Interno e na Convenção. Além disso, a realização de campanhas de conscientização sobre a importância do respeito mútuo e da convivência harmoniosa, e a promoção de eventos e atividades que podem estimular a integração entre os moradores, são técnicas adotadas por muitos de nossos colegas.

É necessário que todos estejam dispostos a ouvir e aceitar as opiniões e perspectivas uns dos outros, buscando sempre um diálogo construtivo e pacífico para resolver quaisquer desentendimentos que possam surgir. O síndico desempenha um papel fundamental nesse processo, mas é preciso que todos trabalhem juntos para garantir um ambiente de convivência saudável e harmonioso. O condomínio nunca será harmonioso se preponderar a cultura da “farinha pouca, meu pirão primeiro”.

Rogério de Freitas é graduado em Administração de Empresas, pós-graduado em Marketing e Gestão Empresarial e síndico profissional.

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