Doações de refeições, trocas de presentes, saudações de “bom dia” ou aquele favorzinho para consertar um chuveiro pifado. Situações como essas fazem parte do dia a dia de moradores e porteiros de prédios residenciais na cidade do Rio de Janeiro e são, à primeira vista, triviais.

Um estudo mais aprofundado de relações cotidianas como essa, porém, fascina por mostrar que até mesmo um prédio, espaço físico relativamente pequeno se comparado a uma cidade ou um país, é local para trocas e significados socialmente construídos bastante complexos – e ricos.

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Por pouco mais de dois anos, precisei encontrar, em meio à experiência como moradora de condomínios de classe média e ao trabalho como repórter, o papel de uma “aprendiz” de cientista social diante de um “objeto” de estudo aparentemente tão familiar.

Ao escolher cursar um mestrado, primeiro veio a decisão de me aprofundar em Sociologia, disciplina que havia me encantado na faculdade, e logo em seguida a certeza de que o tema deveria envolver, de alguma forma, a desigualdade. Essa é, talvez, a questão de nosso país que mais me mobiliza. Em busca de um objeto de estudo mais preciso, após saudar um porteiro do prédio em que morava no Rio, me veio o estalo de que talvez essa categoria profissional pudesse reunir esses interesses que me intrigavam.

Como mestranda no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), orientada pela professora Felícia Picanço, me deparei com o amplo campo de estudos sobre as desigualdades. Minha pesquisa, defendida em maio deste ano, se aproximou de outras que têm se perguntado: quando a diferença entre os indivíduos se torna desigualdade? E como esses próprios atores interpretam a diferença na vida cotidiana?

Presentes, doações e ajuda: trocas ajudam a dar significados à relação

Trocas, como de presentes, são um tema clássico nas ciências sociais.

No século passado, por exemplo, o francês Marcel Mauss consagrou o conceito antropológico da “dádiva”. O autor, ao observar rituais nativos como o do potlatch, na América do Norte, apontou para a “tríplice obrigação” do dar, receber e retribuir – sequência que estaria presente em trocas no seio de vários grupos sociais.

Foi frequente a menção a diversas formas de trocas com moradores pelos 12 porteiros com quem fiz entrevistas de longa duração na pesquisa (de natureza qualitativa, e não quantitativa, não constituindo assim uma amostragem; o único recorte foi o de que deveriam trabalhar como porteiros em prédios residenciais da Zona Sul do Rio de Janeiro, área verticalizada e com os melhores índices socioeconômicos da capital fluminense).

Faz parte do cotidiano desses trabalhadores receber presentes, doações de comida e objetos, além da ajuda profissional em alguns casos – como a assistência de moradores que são médicos ou advogados. Como outras trocas estudadas pelas ciências sociais, aquelas que conectam porteiros e moradores também trazem simbolismos sobre essa relação.

A doação de objetos, por exemplo, pareceu exibir a dramatização de uma relação hierárquica – como observara a pesquisadora Maria Claudia Coelho em seu estudo sobre a troca de presentes entre empregadas domésticas e patroas.

No caso dos porteiros, eles relataram já terem recebido eletrodomésticos, roupas para o funcionário e seus familiares, móveis, comida, entre outros, doados no dia a dia ou em celebrações de datas especiais como as festas de final de ano.

Enquanto alguns entrevistados demonstraram gratidão diante das doações, outros expressaram se sentirem desprezados pela não consideração do gosto ou da necessidade por aquele objeto.

“Tem uma música que diz que tudo que é rejeitado no morador vem pro porteiro. Se ele vai viajar e tiver metade de um iogurte, ele quer deixar com você. Se tiver metade de um pão, ele tem que deixar com você”, reclamou Luiz.

Mesmo com a insatisfação, Luiz, como todos os entrevistados, ressalta uma espécie de regra de ouro: nunca se diz “não” a uma doação. Caso contrário, indicariam uma desfeita e inadequação por parte do contemplado. Isto lembra em muito a “tríplice obrigação” definida por Mauss.

“Mesmo não gostando, eu como um pouquinho, mas em geral… Não tenho mistério com comida, não! Se a pessoa oferece é porque te considera. Aí você na cara de pau: ‘Não gosto, não quero’? Acho chato”, explicou João Francisco.

Ao lado do compromisso em não dizer não, surge outro: o de dar destino a objetos maiores, como sofás e geladeiras. Tal atuação foi muito relatada pelos entrevistados e significa que os porteiros acabam tendo que dar um jeito de “escoar” essas doações – seja vendendo ou dando para parentes e amigos.

“Você pode me oferecer um palito de fósforo que já não presta mais, eu tenho que agradecer da mesma forma como se fosse um (aparelho de) som, por exemplo. A gente tem que dar um fim de qualquer maneira: não pode, não tem espaço, mas tem que receber. Porque de repente você não recebe, a pessoa pode pensar que você tá fazendo desfeita daquele gesto”, completa Luiz.

O porteiro que aponta os inconvenientes de algumas trocas, porém, é o mesmo que classifica como “inesquecível” um outro gesto: o recebimento, como presente, do financiamento de todos os custos para obter sua carteira de motorista. Ele conta que era próximo de uma moradora – “ela era muito boa comigo”, lembra – e comentou com ela que tinha vontade de obter o documento. Hoje, ele pode dirigir um veículo que gera uma renda paralela no comércio e várias vezes já foi com a família de carro para o Nordeste.

Os entrevistados também relataram receber ajudas dos moradores como profissionais: é o caso de dois porteiros que receberam auxílio de condôminos que são advogados, em ações judiciais; ou outros entrevistados que já contaram com a ajuda de moradores médicos no agendamento de consultas, ocupação de vagas em hospitais ou indicações de tratamento.

Em situações menos frequentes, os entrevistados relataram também já terem contado com ajuda financeira por parte dos moradores. Jordano, por exemplo, conseguiu um empréstimo para completar a compra de um terreno; já Claudio recebeu de um casal de moradores, por algum tempo, auxílio financeiro para compras no supermercado e gastos com a educação dos filhos; por fim, Raimundo contou já ter ganhado passagens de avião para o Nordeste.

Bom dia, boa tarde e boa noite

Saudações de “bom dia”, “boa tarde” e “boa noite” também são interpretadas pelos porteiros como significantes de algo mais.

Primeiro, os entrevistados apontaram nessas palavras um indicador de respeito – do reconhecimento do “ser humano”, como muitos citaram, que existe do outro lado.

Mas alguns porteiros veem também nessas saudações uma espécie de termômetro do temperamento dos moradores. Afinal, eles chegam a ser centenas em alguns prédios, sem contar com visitas e prestadores de serviço.

“A gente sabe, né, as pessoas quando tão dando aquele ‘bom dia’ mesmo. A gente conhece aquele morador quando tá brincando, ou que fica se fazendo de bonzinho…”, explica Cláudio.

Lidar com as pessoas não é uma habilidade trivial na ocupação de porteiro – pelo contrário, entre as características desejáveis para exercê-la, todos os entrevistados citaram atributos como, em suas palavras, “saber tratar legal”, “ser educado” e “falar bem com o pessoal”. Note-se que o que está em questão não são habilidades técnicas ou a especialização em alguma área.

O pesquisador Fernando Cordeiro Barbosa, em seu mestrado em Antropologia defendido na UFF em 1998, já havia observado isso. Ele chamou de “saber lidar” essa habilidade dos porteiros: tão ou mais importante do que saber desempenhar atividades práticas como limpar ou consertar equipamentos é perceber diferentes humores e personalidades, além de saber apaziguar conflitos.

A pesquisa de Barbosa e a de Roberta de Mello Corrêa, outra mestre pela UFF, são dos poucos estudos feitos no país sobre os porteiros – Corrêa focou na apropriação, por esses trabalhadores, de dispositivos tecnológicos como câmeras de segurança.

Reginaldo explicou um pouco dessa habilidade chamada na literatura de “saber lidar”.

“É importante saber o perfil de cada morador. Se tem um que gosta de um tratamento diferenciado, então você dá um tratamento diferenciado pra ele. Tem aquele que é mais despojado, então você né… Leva de acordo com cada um. Você tem que ter esse conhecimento de cada morador pra não arrumar um inimigo dentro do próprio prédio”, afirmou.

Mas o pacifismo nem sempre se sustenta. Três entrevistados relataram terem vivido situações de ameaça ou efetivação de agressões físicas. Nelas, estavam em jogo regras de funcionamento do condomínio, das quais esses trabalhadores muitas vezes são espécie de “porta-voz”.

Filho e empregado

Manuel, por exemplo, conta ter passado por um período de muito estresse diante das ameaças de um condômino que se incomodava com o cheiro da comida saído do apartamento do funcionário – é comum, na capital fluminense, que porteiros morem nos prédios em que trabalham. Na minha pesquisa, de caráter qualitativo e não quantitativo (portanto, não sendo representativa de todos os porteiros), metade dos entrevistados moravam no prédio em que trabalham.

O “fedor” apontado pelo morador, na interpretação de Manuel, era na verdade a explicitação do seu papel de empregado.

“O maior problema dele comigo era quando eu fazia comida, o cheiro ia pro apartamento dele. Aí ele falava que era ‘fedor’: ‘o fedor da sua comida tá me incomodando'”, contou. “Ele pegava mais no meu pé porque eu sou empregado, né?”

Principalmente quando se lembraram de situações de conflito, os entrevistados citaram diretamente algumas diferenças diante dos moradores: por exemplo, por serem empregados versus “patrões”, como apontou Manuel; por vezes apontaram também para estilos de vida distintos. Os porteiros citaram ainda diferenças no acesso ao estudo ou de classe econômica.

Entre os 12 entrevistados, todos migraram do Nordeste (a maioria, nove, da Paraíba); apenas um concluiu o ensino médio (a maior parte do grupo concluiu o primeiro ou segundo segmento do ensino fundamental); a julgar pelo salário-base da categoria, a renda deles gira em torno de R$ 1.300.

“Tem morador que dá ‘bom dia’ ou não dá, passa por você como se tivesse vendo uma pedra. Porque num cachorro a gente faz carinho… O cachorro tem mais valor, hoje em dia, do que o pobre, a realidade é essa”, lamentou Luiz.

Mas, afinal, quando a diferença se torna desigualdade? Essa linha é tênue, e cânones da Sociologia, como Pierre Bourdieu, já mostraram há décadas como diferenças materiais de uma classe para outra refletem também em distinções simbólicas com reflexos nos gostos e estilo de vida – determinando certas preferências, por exemplo, do lazer à escolha do parceiro em relações amorosas.

Mais recentemente, o sociólogo Charles Tilly, base importante da pesquisa, aponta que a diferença se torna desigualdade quando reflete vantagens ancoradas em estruturas que se perpetuam ao longo do tempo.

O trabalho tem sido historicamente entendido também como um meio pelo qual as desigualdades se perpetuam, o que, no Brasil, é acentuado em ocupações desempenhadas no ambiente doméstico das casas e edifícios – caso dos porteiros. Assim, diversas condições estruturais apontam para as desigualdades na relação entre porteiros e moradores – como verbalizado pelos próprios entrevistados.

Diante da vida e da morte

Entre porteiros e moradores, a hierarquia desigual e o afeto podem ser vizinhos de porta.

Muitos entrevistados, por exemplo, se referiram a moradores usando analogias de parentesco: os condôminos ora apareceram como uma mãe, um irmão, um filho, um neto, um “paizão”…

Claudio me explicou um pouco o porquê.

“Você cria um convívio no dia a dia com o morador, você passa a ser um… um membro da família. Porque 30 anos não são 30 dias, né?”, disse.

Esta proximidade por vezes os colocam em papéis que vão muito além que o de um empregado. Isso, inclusive, contrariando algumas orientações que buscam profissionalizar o ofício – acompanhei, por exemplo, o curso de “Porteiro e Vigia” no Senac Rio, e o livro didático orientava os trabalhadores a não atuarem em ambientes privados, que são os apartamentos.

No entanto, do que observei no Rio, a orientação está na teoria, muito longe da prática.

Afinal, segundo a definição que a socióloga Viviana Zelizer dá às relações de confiança – aquelas em que coisas valorosas são colocadas em risco de erros ou atitudes inapropriadas de terceiros, como no cuidado de crianças ou na prática de uma religião minoritária -, esse seria o caso do vínculo entre porteiros e moradores.

Por estarem na interseção entre a casa e a rua, os porteiros acabam lidando com situações de emergência no prédio. Os entrevistados relataram, por exemplo, terem agido diante de assaltos e incêndios. Mas há um outro tipo de situação que marca a relação de confiança, colocando-os de frente à fragilidade de uma vida: as que envolvem problemas de saúde dos condôminos.

Porteiros são frequentemente chamados para os apartamentos em casos de ataques cardíacos, quedas e perda de consciência, por exemplo.

Segundo as entrevistas realizadas, recai principalmente nos porteiros-chefes, cuja frequente moradia no prédio implica em uma disponibilidade maior. Os funcionários acabam ajudando a acalmar os familiares, a chamar serviços médicos e eventualmente a tomar as primeiras providências após um falecimento.

“Quinze ou 20 pessoas já morreram quase nos meus braços. Os moradores me chamam, né? Eles mesmos, às vezes, a pessoa que tá passando mal, chegam a me chamar”, explicou Claudio.

Além das emergências, alguns entrevistados relataram ficarem a cargo, em alguma medida, dos cuidados de idosos com necessidade de atenção. É o caso de Manuel: os filhos adultos de um casal de idosos deixam há anos a chave do apartamento dos pais com o funcionário.

O patriarca hoje está no hospital, onde Manuel já foi algumas vezes para fazer visitas; enquanto isso, a matriarca continua em seu apartamento – mas, caso o porteiro note uma ausência prolongada da senhora, ele sobe para vê-la.

“Se eu passar dois dias sem ver ela, eu vou no apartamento… Nem interfono nem nada”, contou.

Já Raimundo, mesmo aposentado, mantém vínculos nascidos no prédio em que trabalhou por 40 anos. Tamanha é sua ligação com aquele lugar que continua indo diariamente para lá monitorar seu funcionamento. Dali, ganhou também relações com moradores que perduram até hoje, uma delas em especial: a com duas irmãs estrangeiras, hoje hospitalizadas e a quem ele visita rotineiramente. Há anos, é ele quem administra apartamentos e propriedades delas – um imóvel, inclusive, lhe foi dado como presente por elas.

“Tudo o que acontece com elas, passa na minha mão”, explica o porteiro aposentado. “Eu faço assim desinteressadamente, por amizade, mas elas me ajudam muito. Dizem que consideram que eu sou irmão delas”.

Para trás, os pais; para frente, os filhos

Como os porteiros avaliam tantas décadas de trabalho e migração em perspectiva com o seu passado e futuro? Embora não tenha sido o foco principal do estudo, a avaliação feita por esses trabalhadores sobre a mobilidade social de suas famílias ajuda a entender tendências mais gerais sobre a desigualdade no Brasil.

A maioria dos entrevistados apontou como principal motivação para a migração do Nordeste em direção ao Sudeste a busca por melhores condições de vida por meio do trabalho e da educação nas cidades – um caminho marcado pelo desejo por uma situação melhor que a dos pais, em grande parte analfabetos ou apenas alfabetizados.

Embora se vejam em uma situação socioeconômica melhor do que a dos pais, muitos entrevistados mostraram frustração nos planos de continuar a estudar no Rio. Seis continuaram a estudar após migrarem, mas acabaram interrompendo a trajetória pelo cansaço e incompatibilidade de horários decorrentes do trabalho na portaria; ou ainda pelas despesas proibitivas na compra de material didático e transporte, tarefas na família ou simplesmente a vontade de aproveitar a “farra” no Rio.

Já em relação às gerações futuras, aqueles que são pais refutaram a pergunta sobre se incentivariam os filhos a serem porteiros. Os entrevistados afirmaram que desejariam ver os filhos conseguindo trabalhos melhores por meio dos estudos.

Esta trajetória entre gerações ilustra algo apontado pelo sociólogo Adalberto Moreira Cardoso. No livro A construção da sociedade do trabalho no Brasil: uma investigação sobre a persistência secular das desigualdades, o autor aponta como o Estado Novo (1937-45) inaugurou uma nova relação entre o Estado e o povo – marcada pela “cidadania regulada”.

Isso quer dizer que a criação de uma legislação social e trabalhista abriu caminho para a expectativa, entre os trabalhadores, de proteção social por meio do emprego registrado, salário mínimo, descanso semanal remunerado – algumas sinalizações de “mínimos civilizatórios”. O horizonte das aspirações da população já não era marcado pela penúria de todos, mas pela possibilidade de autopromoção por intermédio do trabalho protegido pelo Estado.

Os porteiros indicaram terem escolhido esse caminho. As próprias trajetórias dos entrevistados refletem os componentes previstos por Cardoso nas possibilidades objetivas promovidas pelo capitalismo brasileiro: uma combinação entre trajetórias individuais de trabalho árduo, capacidade de discernimento em momentos-chave, características pessoais e também alguma sorte.

Mas os entrevistados também refletiram outra observação feita pelo sociólogo: a de que a migração do campo para a cidade não resultou em uma mobilidade educacional vultuosa.

No final das contas, o projeto de inclusão desenhado no Estado Novo acabou por reproduzir a desigualdade: a escola encaminhou os jovens mais escolarizados para as posições superiores da estrutura social, enquanto para a maioria dos brasileiros a escola não se mostrou importante para o direcionamento ao emprego.

Ainda assim, a edcação ainda é vista como principal instrumento para ascensão social entre trabalhadores como os porteiros.

Portas abertas

Se o meu foco, ao longo de dois anos, foi entender como a diferença é vivida pelos porteiros diante dos moradores, outra certeza se solidificou: muitos anos mais poderiam ser dedicados a várias outras dimensões desses profissionais, ainda pouco conhecidos na literatura acadêmica, como a migração, a mobilização sindical da categoria, questões de gênero, segurança…

Diferenças regionais também podem apresentar descobertas muito interessantes.

Aqui, apresentei de forma breve e adaptada à linguagem jornalística um pouco da pesquisa. Uma base teórica bem mais completa, apresentação da biografia dos entrevistados e outras situações cotidianas analisadas estão disponíveis na íntegra da dissertação.

* Mariana Alvim é repórter na BBC News Brasil em São Paulo e apresentou o estudo “Entre fronteiras: afeto e desigualdade na relação entre porteiros e moradores da Zona Sul do Rio” como dissertação de mestrado em Sociologia pela UFRJ em maio de 2018, sob a orientação da professora Felícia Picanço.

** Os nomes reais dos entrevistados foram substituídos por fictícios pela preservação, na pesquisa, de suas identidades.

Fonte: Síndico Net

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