As condições metrológicas em São Paulo e em boa parte do Brasil estão estranhas. Antigamente, prevíamos as épocas secas, com boas chances de acerto. Eram os períodos ideais para realizar algumas obras no condomínio como impermeabilização, pintura e restauração das fachadas. Estes dois últimos itens merecerão a atenção desta matéria já que muitos síndicos têm dúvidas a respeito.
Primeiramente, é bom deixar clara a opinião das empresas sobre o período correto de realizar os procedimentos da pintura ou restauração da fachada. “ Não existe época correta, na verdade. Depende muito da necessidade do prédio. Mesmo com essa imprevisibilidade do clima atualmente, é bom não fazer em época de festas de final de ano e durante os meses de janeiro e fevereiro, que costumam ser mais úmidos”, explicou Alexandre Davi de Almeida, um dos proprietários e responsável pelo departamento comercial da A Brasileira Pinturas, empresa especializada em engenharia técnica para recuperações prediais. “O ideal continua sendo de março a novembro”, completou.
Férias escolares de dezembro e janeiro também contam nesta decisão, já que as crianças ocuparão as áreas de lazer durante um maior período em comparação ao ano letivo. Controlar acesso aos locais das obras é imprescindível. Algo que pode ser difícil com a molecada presente o dia inteiro.
O planejamento vai além da escolha de uma data para pintar o prédio. É aconselhável pensar a longo prazo, visando uma boa economia de recursos futuramente. “Realizar a manutenção da fachada e pintura, de cinco em cinco anos, diminui muito os custos do que fazer a cada 15 anos, por exemplo”, alertou Sebastião Agostinho de Almeida, diretor/fundador da A Brasileira. “A pintura de um prédio de tamanho médio demora de 3 a 4 meses, aproximadamente”, continuou o diretor.
Pastilhas
Pode até parecer estranho, mas o tratamento de uma fachada de pastilhas não é mais complicado do que a pintura. Em alguns casos, a lavagem resolve boa parte dos problemas. “Fazemos a reposição de todas as pastilhas retiradas das fachadas e das que se soltam durante a limpeza ou restauração. Quando não conseguimos reaproveitar e recolocar as pastilhas, por causa do desgaste , utilizamos produtos iguais ou similares às existentes, sem limites de metragem”, comentou Alexandre. ”Procuramos, em cemitério de pastilhas, o tipo mais próximo possível do original.
Tratamento de concreto aparente
Para simplificar, separamos os pontos principais apontados pela A Brasileira, no que diz respeito a concreto aparente, e que o síndico deve prestar atenção durante a obra:
- Lavagem;
- Revisão do concreto aparente para retirada de partículas soltas e danificadas;
- Detecção de possíveis ferragens expostas e rupturas;
- Remoção do concreto afetado até atingir o concreto são;
- Martelamento para exposição da ferragem oxidada;
- Remoção de todo óxido aparente;
- Aplicação de primer epóxi em zinco nas ferragens;
- Fechamento dos locais após o tratamento das ferragens;
- Recomposição de todo concreto retirado;
- Lixamento manual com lixas finas;
- Lixamento com lixadeiras de baixa rotação para os pequenos defeitos;
- Retirada do pó;
- Aplicação de verniz a base de água em todas as superfícies em concreto aparente.
Segurança
Hoje em dia, é difícil encontrar empresa negligente. As cobranças são constantes com a segurança nas obras. Na parte de isolamento, nada pode ser esquecido. Cones, fitas zebradas, telas e tapumes impedem a circulação de moradores distraídos.
Antes e durante as obras de pintura, lavagem ou restauração, o síndico deve emitir circulares aos condôminos, colocar avisos em elevadores, deixando qualquer dúvida sanada sobre os serviços contratados.
“Na hora de contratar, o síndico precisa verificar a idoneidade da empresa, buscando seu histórico, pedindo referências, verificando se possui todos os seguros necessários e exigindo um engenheiro responsável”, esclareceu Alexandre Davi de Almeida.
Diferenciais das empresas
Além de todo aspecto de segurança, qualidade do serviço prestado e preços justos, é bacana quando o síndico encontra uma empresa com outros diferenciais.
“Diversas empresas possuem aspectos peculiares que as destacam. O nosso principal é que um dos donos, o Marcos Daniel de Almeida, responsável pela parte operacional, acompanha a obra. Ele faz a supervisão”, destacou Alexandre.
É bem importante este acompanhamento do próprio dono durante as obras, mas, durante a entrevista com os responsáveis pela A Brasileira Pinturas, achamos interessante, neste período de crise hídrica, eles fornecerem água 100% potável.
“Abastecemos as caixas com um caminhão pipa para o condomínio não ter custos extras na conta de água durante a obra”, finalizou.