A família é um grupo de pequenos subgrupos (cônjuge e/ou pais, cada pai/mãe com cada filho e irmãos) formando uma grande equipe. Somos pessoas diferentes, pertencemos a gerações diferentes, pensamos diferentes, vemos o mundo por ângulos distintos e expressamos os nossos sentimentos de forma diferenciada.
Não existe família perfeita. Existe harmonia familiar, apesar das dificuldades. E muitas vezes, assim como nos contos de fada, buscamos o final feliz das histórias infantis onde não há atritos. E quando percebemos que a nossa realidade é diferente daquela que projetamos para nossa família, por vezes, criamos um “avatar” para o nosso cônjuge e/ou filhos.
Um ponto importante na cena do filme Avatar 1 é quando a Neytiri chega ao acampamento onde o ex fuzileiro naval Jake Sully se transforma em um avatar e o encontra no chão quase sem fôlego e ao se aproximar dele, mesmo percebendo que ele era um homem deficiente motor, ela toca em seu coração, como símbolo de percepção do outro e fala a frase “eu vejo você”. E aqui fica a minha pergunta: Você está vendo o seu cônjuge como ele é com suas qualidades e defeitos ou como o “avatar” que você criou na sua cabeça? Por outro lado, é comum ver os pais olhando com carinho para os filhos pequenos mesmo quando eles fazem travessuras.
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E quando os filhos são adolescentes, muitas vezes, os criticam, mesmo que eles não tenham feito nada, apenas por não concordar com sua forma de falar, de se vestir, pelo seu corte de cabelo ou pelos seus gostos. Como cônjuge e pais, criamos expectativas a respeito do
outro, que nosso cônjuge vai ser de certa maneira, vai se comportar de tal forma ou que nossos filhos sejam quase perfeitos, ou seja, que sejam bonitos, inteligentes, espertos, sociáveis, etc e na maioria das vezes, nos frustramos porque essa percepção, comumente, não corresponde à realidade, criando atritos.
Se você quer ter uma boa relação com sua família, procure ver além da imagem, quais são os valores, os sonhos, os medos, os objetivos deles, porque como no filme Avatar, o que realmente importa. Você ama seu filho (a) do jeito que ele (a) é ou do jeito que você gostaria que ele (a) fosse? No segundo filme da saga Avatar, a família vive uma nova experiência, agora no mar e questões familiares ficam em foco. E mais um vez algumas frases que o Jake, personagem principal do filme fala, nos faz refletir: 1. “O pai protege seus filhos, isso nos dá significado.” E fico pensando como é difícil proteger os nossos filhos depois da pré-adolescência quando eles querem ter a liberdade de andar sozinhos, ou melhor, sem os pais, na companhia dos amigos. A partir desta fase começam os rolês, as festinhas e o mundo se abre para eles. Depois, eles entram na adolescência, e aí começam as baladas, os shows, e saem ainda mais distantes do nosso radar. E então, chega a fase adulta onde eles tiram a CNH e nesta fase, começam a chegar em casa, de manhã, começam a dirigir e a viajar de carro com os amigos. Precisamos conquistar os nossos filhos ainda na infância para fortalecer os vínculos e reduzir os atritos. A criança que tem rotina tenderá a ser um jovem que respeita as regras e os limites estabelecidos. Quem ama educa. Quem ama dá limites.
Por outro lado, precisamos resgatar velhos hábitos que nos mantêm juntos, almoço de domingo na casa dos avós, as refeições à mesa, a bênção na hora de sair de casa e o beijo de boa noite. 2. “Os Sully ficam juntos.” Pregamos isso aos nossos filhos? Estamos realmente juntos, ou melhor, unidos ou apenas, convivemos no mesmo ambiente? 3. “Nossa família, nossa maior força e nossa maior fraqueza.” Frase muito verdadeira porque quem quer nos atingir de alguma forma sabe que a nossa família é e será sempre nosso ponto mais vulnerável, mas, por outro lado, é por ela que nos fortalecemos. Como diz o ditado: “criamos os nossos filhos para o mundo”, mas, por outro lado, eles serão sempre os nossos filhos independentemente da idade que tenham e de suas escolhas.
O conflito faz parte do convívio humano e na maioria das vezes, magoamos os mais próximos, como conta a Fábula do Porco Espinho: Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio. Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor. Por isso decidiram se afastar uns dos outros e começaram de novo a morrer congelados.
Por isso decidiram se afastar uns dos outros e começaram de novo a morrer congelados. Então precisaram fazer uma escolha: ou desapareciam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros. Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos. Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro. E assim sobreviveram. Moral da história: O melhor relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aprende a conviver com os defeitos do outro, e a valorizar suas qualidades. Autor desconhecido. E você, que escolha tem feito, se afastar ou
se manter próximo apesar dos espinhos?