Neste forte calor de verão as piscinas dos condomínios ficam lotadas.

Os síndicos que nos acompanham já sabem tudo sobre conservação das piscinas,  tratamento da água, escolha dos móveis e prevenção de rachaduras. Mas será que eles têm conhecimento dos perigos deste ambiente de recreação?
Bordas de piscinas escorregadias, falta de sinalização de profundidade e a não instalação de grades que impeçam o acesso de crianças desacompanhadas podem causar sérios acidentes.

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Mas o maior vilão ainda é o ralo, capaz de aprisionar membros e cabelos.

O caso mais famoso é o da menina Flavia, em coma há 16 anos após ficar presa pelos cabelos no ralo da piscina de seu condomínio. Sua mãe, Odele Souza, luta por mais segurança através do blog flaviavivendoemcoma.blogspot.com. Ela trabalha também para que leis exijam ralos com dispositivo de segurança.

No blog, Odele alerta:
“O cabelo dela ficou preso ao ralo da piscina?! Isto é possível?!
Infelizmente é possível sim. Claro que não são todos os ralos. O perigo passa a existir quando o sistema de sucção da piscina estiver instalado de forma inadequada. É preciso que a potência do motor esteja de acordo, isto é, seja proporcional à metragem cúbica de água existente na piscina, o que nem sempre ocorre. E como o usuário vai saber disso? Não tem como. Esta é uma obrigação dos condomínios que jamais deveriam substituir o equipamento de sucção de suas piscinas, sem a devida orientação técnica. Esta medida simples evitaria o que ocorreu na piscina do prédio onde morávamos – um superdimensionamento do equipamento de sucção, trocado sem a necessária orientação técnica, que lhe deixou com potência excessiva para o local onde fora instalado. É obrigação também dos fabricantes desses equipamentos, fazer constar em seus manuais, informações claras e precisas sobre a instalação de seus equipamentos. É básico. É direito do consumidor.”

Na primeira semana de 2014, três crianças morreram afogadas após ficarem presas por sucção. Uma delas foi Kauã Davi, de 7 anos, que morreu em 04/01, em um condomínio de Caldas Novas-GO, após ter o braço preso pelo cano de saída de água.
Cinco dias depois, no mesmo condomínio, Josias Andrade, de 43 anos, fraturou a perna direita após ficar com o pé preso no ralo. Se uma lei séria existisse, talvez estes acidentes não tivessem ocorrido. É um absurdo a demora dos legisladores. A questão é urgente e já deveria ter sido aprovada.
Para os muitos acidentes registrados não acontecerem mais, é necessário esclarecimento e prevenção.

O síndico deve sempre contratar empresas qualificadas para realizar reparos, limpeza, substituição de peças e até instalação ou construção da piscina.

Muitas empresas são aventureiras de mercado e buscam oferecer melhores preços, mas sem qualidade no serviço. Um custo muito baixo pode colocar os condôminos em risco.
Pior ainda quando algum problema acontece em decorrência de serviços prestados por empresas especialistas em piscina. Até mesmo quem tem know-how está sujeito a falhas. Portanto, peça sempre a opinião de um segundo especialista.
Com relação aos ralos de sucção, existem aparelhos no mercado que interrompem o funcionamento do ralo na presença de algum corpo estranho. Por exemplo, se o cabelo de alguém é sugado, a tampa, com dispositivos específicos, detecta e interrompe a sucção. Assim, a pessoa não fica presa em baixo d’água. É uma solução simples e barata. A tampa FSB, por exemplo, não passa de R$ 300, com instalação. Outra solução simples é dividir a vazão da água. Dois ralos diminuem bastante a forca de sucção.
5 atitudes que salvam vidas
A Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa) tem uma pequena cartilha que pode fornecer mais de 95% de segurança contra afogamentos. Divulgue estas cinco atitudes pelo condomínio e, acima de tudo, as coloque em prática.
• Atenção 100% no seu filho(a) a distância de um braço mesmo na presença de um guarda-vidas.
• Guarda-vidas certificado por entidade reconhecida pela Sobrasa para cada piscina devidamente equipado com seu flutuador de resgate. (Não se aplica às piscinas residenciais).
• Urgência – Aprenda como agir em emergências aquáticas. O uso de cilindro de oxigênio é restrito ao guarda-vidas e deve estar em local visível e a disposição na área da piscina.
• Acesso restrito à(s) piscina(s) com uso de grades ou cercas transparentes com portões auto-travantes a uma altura que impeça criança de entrar no recinto da piscina sem um adulto.
• Sucção de cabelo e partes do corpo deve ser evitado com uso de ralo(s) anti-aprisionamento e precauções de desligamento do funcionamento da bomba.

Para mais informações sobre segurança nas piscinas, visite o site: www.sobrasa.org/piscinamaissegura.

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