Aprendemos desde cedo que para manter nossa saúde, precisamos periodicamente de exames clínicos e laboratoriais.
Se nos descuidamos e não fazemos um check-up preventivo, podemos nos deparar tardiamente com alguma doença já instalada.
Na Engenharia é a mesma coisa. A Engenharia Diagnóstica se assemelha metaforicamente à medicina: o “paciente”, no caso da engenharia, é a estrutura da edificação; os “exames” são os ensaios; as “doenças” são as patologias; e os “remédios” ou o “tratamento” são os materiais de recuperação.

A Engenharia Diagnóstica em Edificações trata, então, das investigações científicas das patologias prediais, através de metodologias que possibilitem obter dados técnicos para a caracterização, análise, atestamento, apuração da causa ou prescrição do reparo para a patologia em estudo.
Ela é responsável por identificar e prevenir diferentes problemas, como fissuras, infiltrações e até incêndios.
Através dos diferentes tipos de investigações técnicas, é possível também determinar patologias, como anomalias construtivas, falhas de manutenção e irregularidades de uso.
Outras finalidades da engenharia diagnóstica são o aprimoramento da qualidade e a apuração de responsabilidades (inclusive no âmbito judicial). Por essa razão, ela é essencial em todas as fases de desenvolvimento de uma construção.
As ferramentas de investigação técnica (FIT) mais tradicionais da Engenharia Diagnóstica proporcionam uma análise para tomada de ações proativas através de diagnósticos, prognósticos e prescrição técnica, com foco na qualidade total da edificação. São elas:
– Vistoria: Atividade de constatação de um fato, mediante exame circunstanciado e descrição minuciosa dos elementos que o constituem (ABNT NBR 13.752/1996);
– Auditoria: Atividade que envolve a obtenção de evidências (registros, fatos ou outras informações) que avalia o atendimento a determinados critérios: políticas, procedimentos, normas técnicas ou requisitos usados como referência (Adaptado da ABNT NBR ISO 19.011/2012);
– Inspeção: Diversas atividades (processos) de avaliação das condições técnicas da edificação. Fundamenta-se em atividade de anamnese e de vistoria sensorial, podendo ter o apoio de testes e verificações expeditas, apurando as causas da situação, classificação da importância das falhas, anomalias e manifestações patológicas mais significativas, assim como indicação das ações necessárias para assegurar a conservação da edificação (Adaptado da ABNT NBR de Projeto de Norma Inspeção Predial, 2016);
– Perícia: Atividade que envolve apuração das causas que motivaram determinado evento, tais como, anomalias, falhas etc. (Adaptado da ABNT NBR 13.752/1996).
Mas apenas essas quatro ferramentas de investigação são suficientes?
Sim, se considerarmos apenas as fases do desenvolvimento intelectual de uma investigação técnica (vistoria, auditoria, inspeção e perícia).

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E não, caso se entenda que há muitas respostas fornecidas diretamente pela tecnologia e informática, como levantamentos topográficos, sondagens, ensaios laboratoriais, protótipos e outras modernas tecnologias.
Da mesma forma que o médico precisa, muitas vezes, de exames laboratoriais e tecnológicos para detectar uma doença e seu grau de complexidade, a Engenharia Diagnóstica precisa de equipamentos que possam detectar com precisão patologias não visíveis.
E nesse ponto entram os Ensaios Não Destrutivos (END), que são aqueles que não alteram, de forma permanente, o material a ser analisado. Estes tipos de ensaios (detecção magnética de armadura, radar, termografia, resistividade elétrica superficial, ultrassonografia, dentre outros) são de fundamental importância no processo de investigação e determinação dos tratamentos de uma estrutura que se encontra “doente”.

Portanto, hoje, com o avanço tecnológico, além da importância da contratação de um profissional especialista para diagnosticar e prescrever a correta reabilitação do sistema construtivo, é fundamental que esse profissional habilitado disponha de equipamentos que irão auxiliar no diagnóstico mais preciso, gerando a economia que o usuário espera.

Engenharia é coisa séria. Um Engenheiro nunca pode “achar que…”. Ele deve estar seguro para apontar soluções onde são premissas: a qualidade, o preço, o prazo e a responsabilidade ética e social.
E para isso, ele deve estar em constante atualização, buscando novos conhecimentos e novas ferramentas que irão proporcionar resultados assertivos e benefícios concretos.

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