Apesar de ser um local de permanência breve, o espaço entre o elevador e a porta pode dizer muito sobre o interior do apartamento. No entanto, para fazer mudanças nesta área comum é preciso negociar com o condomínio e com os outros moradores.
O impacto de uma decoração pode começar antes da porta de entrada, em um apartamento. Bem projetado, o hall do elevador funciona como um cartão de visitas. Mas antes de sair pintando as paredes, comprando móveis e trocando as luminárias, é preciso ter a aprovação do condomínio e autorização dos vizinhos, se o espaço for compartilhado.
“Cada condomínio tem um regulamento interno, aprovado pela assembleia de moradores. Como o hall é uma área comum, é preciso consultar esse documento, antes de realizar qualquer mudança”, explica o advogado Fábio Kurbhi, vice-presidente da Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo). Segundo ele, as regras variam, de acordo com cada conjunto residencial, mas é importante sempre obedecer ao padrão definido nesse instrumento.
CONVENÇA OS VIZINHOS
Você consultou o regulamento e até já tirou suas dúvidas com o síndico. Hora de começar o projeto? Ainda não. Pelo menos, quando o hall é o mesmo para dois ou mais moradores. “Nesse caso, todos os vizinhos que dividem aquele espaço precisam concordar com qualquer alteração a ser feita”, diz Kurbhi. Os gastos também devem ser compartilhados entre todos. “Já a limpeza e a manutenção ficam a cargo do condomínio”, avisa o especialista.
O caso da arquiteta Carine Canavesi – foi fácil porque, coincidentemente, seu único vizinho de porta exerce a mesma profissão que ela. “O prédio em que eu moro é bem antigo, tem cerca de 60 anos. Quando me mudei, a área do elevador era terrível: tinha uma parede texturizada da cor laranja. Divido o hall com apenas um morador, que também é arquiteto, o que acabou facilitando bastante. Fui conversar sobre a ideia e ele topou na hora. Com o condomínio, também não tive problemas. No final, acho que eles até agradecem”, conta.
E A MINHA PORTA?
Muita gente acredita que, por fazer parte do apartamento, a porta de entrada pode ser trocada ou pintada do jeito que o proprietário bem entender. Como alerta Kurbhi, as regras variam de acordo com cada prédio, mas é importante que haja uma uniformidade. “Já imaginou sair do elevador e se deparar com uma porta branca, outra prateada e outra de madeira?”, indaga. Na dúvida, se quiser substituir ou decorar a sua, o conselho do advogado é: consulte antes o regulamento do condomínio ou converse com um responsável, como o síndico.